Duopólio em Jaraguá: Outras pessoas, outra formação de turma, outros tipos diferentes de relacionar, de agir, de pensar. A intenção de atentar, de despertar, descobrir, de desenvolver-se em potencial criativo, lúdico e progressivo. Com essa turma o projeto duopólio dobrou, multiplicou-se em ações e manifestações educativas sociais pela preciosa via dos jogos e diálogos, dentro das quais ao movimento, à voz e aos gestos era requerida a atitude da disponibilidade e disposição, da austeridade e percepção. Perceber-se presente, eis o princípio, o meio e o fim de tal projeto, dedicado a compartilhar com seus participantes um tipo de treinamento voltado às habilidades básicas e essenciais no desenvolvimento do ser humano, abrangendo desde os aspectos físicos e mentais até os psicológicos e emotivos: ritmicidade, comunicação, observação, iniciativa, autonomia, ludicidade, coragem, reflexão... habilidades essas capazes de nos impulsionar num caminho de auto-conhecimento e compreensão, percebendo-nos dentro de nossas limitações e possibilidades, preparados para responder conscientemente – e não reagir condicionadamente – a questão presente, ao jogo em andamento, à ordem inusitada. Austeridade e leveza, flexibilidade e firmeza. Tornar sério, dar gravidade a brincadeira educante, ao jogo edificante. Rebuscar a responsabilidade que coexiste com a arte juntamente com seu nobre poder de transformação. O resultado final? Foi um processo inicial, um processo de efervescência cultural, de rebentações criativas que começam a sair de seus estados latentes. Não ensaiamos cenas, criamos uma verdade, não fizemos coreografias, descobrimos e apresentamos uma realidade, e essa seguirá com cada pessoa, se modificará com cada uma delas, cada qual continuando e seguindo seus próprios passos, com chances de serem mais rítmicos e corajosos, mais autônomos e conscientes. Por Rodrigo Cruz. As fotos são de Layza Vasconcelos e Bernd Marold.
